domingo, 29 de abril de 2012

ADUBAÇÃO


Prezados,

Hoje segui meu calendário de cuidados para Bonsai e promovi a segunda rodada de adubação do Outono em meu viveiro, a primeira em algumas espécies: Cipreste, Tuia Nana, Tuia Jacaré, Shimpaku, Romã, Ligustro, Ficus, Serissa e Cerejeira.

Minhas plantas trabalhadas hoje


Utilizei apenas Torta de Mamona, um adubo orgânico de fácil aplicação e ideal para iniciantes.

O tema adubação é muito delicado e por isso trago um compilado de informações que pude levantar nos últimos meses em meus estudos.

Na natureza, as árvores são capazes de conseguir alimento diretamente do chão, contudo, no Bonsai as plantas em uma bandeja, a situação muda. Por estar em um recipiente pequeno, com pouca terra, o bonsai pode rapidamente consumir todos os nutrientes presentes naquele solo, e é por isso que adubamos, para repor esses nutrientes e continuar provendo alimento para a árvore.

A adubação que os cultivadores promovem trata da reposição dos nutrientes retirados do solo pelas plantas e pelas chuvas e colaboram com a geração de energia através da Fotossíntese.

Fotossíntese é um processo químico realizado pelas plantas, para transformar matéria mineral em matéria orgânica, que é a base de sua alimentação. No processo da fotossíntese as plantas transformam aqueles minerais nutrientes disponíveis no solo em um tipo de açúcar que utilizam para se alimentar. Abordamos a fotossíntese e a fisiologia vegetal no post ("Fisiologia Vegetal")

E quando falamos de árvores em vasos, equilíbrio no cultivo não é fácil de conseguir. Demanda muita humildade, observação, estudo e disciplina.  Abrange a rega adequada, quantidade ideal de exposição ao sol e nutrientes disponibilizados. E tudo isso na mesma importância de relevância ao resultado final.

A adubação é um dos principais procedimentos no cultivo do bonsai. Pode ser considerada uma verdadeira ferramenta de trabalho, pois além de garantir a saúde da árvore, nos permite alcançar com maior eficiência nossos objetivos, desde que usada adequadamente.

As árvores têm diferentes necessidades de nutrientes para cada estação, estágio de desenvolvimento e espécie. Partindo desse princípio, e com o uso do bom senso, precisamos adequar as diferentes formas de adubação (química ou orgânica) a estas diferentes necessidades.

E como saber se preciso adubar o meu bonsai?

Se temos uma muda nova cujo objetivo é que ela engrosse o tronco, temos que  lhe proporcionar uma adubação rica principalmente em nitrogênio e enxofre, para que se desenvolva o mais rápido e acelerado possível. Já um bonsai formado, a adubação será com baixos índices de nitrogênio e rico em fósforo( P ) e potássio( K ), dessa forma ele terá um crescimento lento onde será priorizado o trabalho de refinamento de sua estrutura e, no caso das frutíferas e floríferas, floração e frutificação.

Outro manejo que propicia bons resultados e que ilustra bem o uso específico pra cada estação é o uso de adubos ricos em Fósforo ( P ) e Potássio ( K ) durante o outono e inverno, período em que a árvore está fazendo sua reserva e com índices mais altos de Nitrogênio ( N ) na Primavera e verão, período de maior intensidade vegetativa.

A tabela abaixo especifica a função dos principais nutrientes.

Macronutrientes
Nitrogênio (N)
Responsável pela síntese de proteínas é muito importante  no crescimento das plantas sendo um excelente estimulante. Ë atuante em todas fases de crescimento, desde a brotação até a floração e frutificação. O excesso desse nutriente diminui a resistência da planta.
Fósforo (P)
Age na floração, frutificação e formação de sementes e raízes,  é importantíssimo na produção de energia  e está presente em todas as fases de crescimento.
Potássio (K)
É indispensável à perfeita estruturação celular das plantas. Permite aumentar sua capacidade de resistência à falta de água e às pragas e doenças. Auxilia na formação das raízes, amadurecimento, sabor e cor dos frutos e ainda na absorção de água e demais nutrientes.
Cálcio (Ca)
Essencial para formação  e fortalecimento de todas as partes da planta, em especial as raízes e folhas uma vez que sua falta compromete a absorção de nitratos. É um importante aliado na prevenção de doenças.
Magnésio (Mg)
Está diretamente ligado ao metabolismo energético das plantas sendo parte integrante da molécula da clorofila. É responsável pela formação dos diversos pigmentos das flores e frutos.
Enxofre (S)
É importantíssimo na absorção do nitrogênio e ativador de diversas enzimas relacionadas com o metabolismo energético
Cloro (Cl)
Fundamental na fotossíntese está diretamente relacionado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas.
Micronutrientes
Ferro (Fe)
Importante elemento no metabolismo energético. Atua na fixação do nitrogênio e desenvolvimento do tronco e raízes.
Boro (B)
Contribui para a maior força e resistência dos tecidos vegetais sendo  atuante  no desenvolvimento e brotação de gemas e folhas.
Zinco (Zn)
Ativa diversas enzimas relacionadas aos mecanismos de defesa vegetal sendo essencial para a biossíntese dos hormônios necessários ao desenvolvimento, floração e frutificação.
Manganês (Mn)
Participa do metabolismo energético respiratório e é muito importante para a formação da clorofila,
Cobre (Cu)
Atua na diretamente na prevenção de doenças, pois contribui para a formação de pigmentos e substâncias que defendem as plantas contra a ação de fungos e outros parasitas
Molibidênio (Mo)
Está diretamente ligado ao metabolismo do nitrogênio, e ao desenvolvimento global do vegetal, principalmente a floração e a frutificação. É o micronutriente menos abundante nos solos.
Cobalto (Co)
Importante ativador de enzimas ligadas a biossíntese dos lipídios (gorduras) está diretamente relacionado com o metabolismo energético e de defesa das plantas

TIPOS DE ADUBO



Existem basicamente dois: químico e orgânico.

O adubo químico é obtido da extração mineral ou derivado de petróleo. Devido a alta concentração é aproveitado pelas plantas de forma mais rápida, razão pela qual devemos aplicá-los com conhecimento para não causarmos danos às plantas.

Tem a grande vantagem de não produzir qualquer tipo de odor, ou seja, ideal para quem cultiva bonsai dentro de casa, mas possui uma grande desvantagem também, caso você erre na dose do adubo, colocando mais do que o necessário, você pode matar seu bonsai, por isso use sempre metade de quantidade indicada pelo fabricante, lembre-se que esses adubos químicos não são feitos especificamente para bonsai, então eles não levam em consideração o tamanho reduzido do vaso, a quantidade menor de substrato e nem a rápida absorção pelas raízes.

É uma adubação mais rápida e eficiente, principalmente os adubos foliares, pois são misturas de sais solúveis em água que uma vez aplicados são rapidamente assimilados pelas plantas.


Neste tipo de adubação, é importante observar primeiramente, a composição do adubo que desejamos utilizar, ou seja, a proporção dos nutrientes principais (N, P e K) de acordo com o objetivo de quem cultiva e/ou as necessidades da espécie cultivada.  No mercado é comum encontrarmos adubos com suas formulações em evidência, como por exemplo: 04 14 08 que corresponde a 04% de nitrogênio(N), 14% de fósforo(P), 08% de potássio(K). Essa formulação, conforme podemos constatar na tabela acima é ideal para induzir a floração e frutificação. Já um adubo com a formulação 10 10 10  é utilizado em plantas ornamentais ou em casos em que se deseja um crescimento equilibrado e não tanto floração ou frutificação. E ainda,  um adubo 15 00  00  já é o extremo do primeiro exemplo e seu uso é indicado quando se deseja um crescimento intenso e acelerado.

Outro aspecto muito importante nessa adubação é a estrutura física do adubo, se é líquido, sólido, granulado, se é aplicado diretamente na planta ou diluído em água, se é foliar (pode ser aplicado por pulverização diretamente nas folhas, procedimento que se for utilizado deverá ser feito preferencialmente ao anoitecer ou bem cedo pela manhã) , etc. Nesses casos é fundamental ficar atento aos rótulo do fabricante, e utilizar o produto de acordo com as especificações nele contidas e tomar muito cuidado com os excessos, principalmente no caso do Nitrogênio (N), que pode até causar a morte da planta.

O segredo está na regularidade, equilíbrio e variedade, quanto mais regular e variada a adubação melhor, pois um adubo supre as deficiências do outro.



EXEMPLOS DE ADUBOS INORGÂNICOS

N - P - K (Nitrogênio - Fósforo e Potássio)
Salitre do Chile - ( Rico em Nitrogênio, aproximadamente 16%)
Sulfato de amônia -( Rico em Nitrogênio)
Nitrocálcio - ( Rico em Nitrogênio)
Uréia -( Rico em Nitrogênio)
Superfosfatos - ( Rico em Fósforo)
Cloreto de potássio - (Rico em Potássio)
Sulfato de potássio - (Rico em Potássio)

Já o adubo orgânico, é oriundo de matéria vegetal ou animal e diferencia-se da química por ser de liberação mais lenta, tendo em contrapartida uma ação mais prolongada, além de favorecer a formação e estruturação da micro fauna (fungos e bactérias) normal do solo. Estes adubos são produzidos a partir de elementos naturais (mais exatamente, por meio da decomposição de matéria de origem animal, vegetal ou mineral). Torta de mamona, torta de algodão, farinha de osso, farinha de peixe, farinha de sangue, calcário, cinza de madeira são alguns exemplos.

Pode ser realizada no momento do preparo do substrato para o plantio, através da incorporação de matéria orgânica.  Outra, denominada adubação de cobertura, é realizada através da aplicação do adubo orgânico na superfície do solo no vaso ( é mais utilizada no cultivo do bonsai). Existem algumas formulações comerciais específicas para bonsai disponíveis no mercado, porém a maioria dos produtos é importada, como o Biogold e o Rapeseed, ambos fornecidos na forma de pellets.


Tem maior permanência no solo embora sejam absorvidos de forma mais lenta, isto porque ele demanda algum tempo para se tornarem absorvíveis, ou seja, tem que acontecer toda uma transformação para que o adubo orgânico se transforme nos elementos químicos que serão utilizados pelas plantas. Use preferentemente os orgânicos, deixando os inorgânicos para solos testados como muito fracos. 

Tal tipo permite que você erre um pouco na dosagem, mas possui um cheiro bem forte, na maioria dos casos, este cheiro é produzido durante a fase de fermentação da mistura, depois de alguns dias o odor some quase que por completo. Esse tipo de adubo é mais indicado para quem cultivar bonsai em locais abertos, já que o cheiro pode atrair moscas e incomodar as pessoas.

Já li algumas opiniões validando, para quem está começando, o adubo químico como melhor, seja ele líquido ou sólido, e apesar de já ter utilizado nos meus primeiros dois exemplares o Osmocote, não me sinto seguro de incentivar os químicos e atualmente trabalho apenas com orgânicos.



Para a adubação orgânica de cobertura, o intervalo ideal entre aplicações é de 30 dias. Para plantas em formação é utilizado uma maior quantidade de adubo, com o objetivo de promover um desenvolvimento mais acelerado, ao passo que para árvores formadas utilizaremos apenas o necessário para suprir suas necessidades de manutenção.

EXEMPLOS DE ADUBOS ORGÂNICOS

Torta de Mamona - (Cerca de 5% de Nitrogênio)
Humus - É  resultado da decomposição de restos vegetais e pequena parcela de restos animais.
Humos de Minhoca - Além de um excelente adubo é também um recondicionante das condições físicas e biológicas do solo.
Farinha de Sangue - Rica em Nitrogênio aproximadamente 10%.
Farinha de Osso - Rica em Fósforo. É indicado para plantas floríferas visto que o Fósforo é um estimulante para a floração e frutificação. Para calcular comece pensando que por m2 (metro quadrado) podemos usar de 100 a 300grs.
Farinha de Peixe - Rica em Fósforo 9% e, em Nitrogênio 5%. Valores aproximados.
Cinza de Madeira - É rica em Potássio - Cálcio e Magnésio. É quase imperceptível a presença de Nitrogênio e Fósforo
Estercos - São ricos em macronutrientes (NPK) além de incorporarem matéria orgânica. Nunca devem ser usados ainda frescos, é necessário curtir o esterco deixando secar ao sol por mais ou menos 30 dias. Molhe algumas vezes até que esteja totalmente fermentado.


COMO USAR O ADUBO?

Primeiro devemos molhar as plantas depois adubamos. Principalmente nos fertilizantes químicos pois os mesmos poderiam queimar as plantas.

Uma regra que funciona, com certeza, é a de se usar uma adubação a mais variada possível, intercalando adubos orgânicos e químicos. Como na nossa alimentação, quanto mais diversificada a adubação melhor. Existem muitos adubos à nossa volta que simplesmente nem os notamos. É o caso da borra de café, por exemplo, que trata-se de um excelente estimulante vegetal e a jogamos no lixo. Basta usarmos a criatividade e observação que com certeza temos inúmeras opções de adubação bem regionais, baratas e fáceis à nossa volta.
Além disso, respostas à adubação podem influenciar aspectos diretamente ligados à aplicação de técnicas. Se for usado adubo demais, provoca-se um desenvolvimento acelerado, o que, no caso do bonsai, pode levá-lo a perder sua forma planejada.



Em geral, plantas com forma bem definida e em estágio avançado de desenvolvimento precisam de menos adubo e/ou um adubo com menor percentual de nitrogênio e com maiores percentuais de fósforo e potássio . Já uma planta jovem, ainda em formação, precisará de mais adubação e/ou uma  formulação de adubo com maior percentual de nitrogênio.

COMO ESCOLHO UMA FORMULAÇÃO DE ADUBO PARA AS PLANTAS?

Os adubos são compostos de diversos minerais e no seu rotulo vem especificado as quantidades ou porcentagens destes. Existem formulas tradicionais de adubos como por exemplo: N.P.K. 4.14.8. significa que este adubo contém 4% de (N) Nitrogênio, 14% de (P) Fósforo e 8% de (K) Potássio.

Na fórmula acima podemos observar que as quantidades de Fósforo (P) são maiores e isto significa que este adubo pode atuar nas deficiências de floração e frutificação. Então se você está tendo algum problema de floração ou frutificação, você deve usar uma formulação de adubo que seja “carregado” de Fósforo.

Ao passo que se você precisar de atuar no verde da planta, nas suas folhas, você deve usar uma formulação “carregada” de Nitrogênio (N) como por exemplo: N.P.K. 15.8.8. – Ou usar o salitre do Chile que contém apenas Nitrogênio, na faixa de 15%.
Com estas orientações, você não precisa mais cair nas armadilhas de vendedores, ou de rótulos que contém informações indevidas ou enganosas. Não é nenhuma surpresa encontrarmos adubos que prometem mais flores para sua planta e o mesmo vir “carregado” de Nitrogênio (N) em sua fórmula.

Neste caso, um adubo “carregado” de Nitrogênio (N) vai favorecer ou estimular a parte verde da planta, e muitas vezes prejudicando a floração ou frutificação. Se você está tendo problemas de floração ou frutificação, você deve usar um adubo que seja “carregado” em Fósforo (P).

Adubos “carregados” em Nitrogênio (N) ou seja, o percentual do mesmo é maior do que os outros nutrientes, atuam na parte verde da planta e os adubos “carregados” em Fósforo (P) atuam na floração e frutificação.

Saiba também que quando você usa um adubo “carregado” de Nitrogênio, você desfavorece a floração e a frutificação. Você deve usar as fórmulas de acordo com as suas necessidades.
Se sua planta está “funcionando” normalmente, você deve usar uma formula de adubo básica, equilibrada em todos seus componentes ou nutrientes, exemplo: N.P.K. 10.10.10. ou N.P.K. 20.20.20. ou N.P.K. 09.08.08 ou 06.08.06 etc. Note que os percentuais de nutrientes são semelhantes em suas quantidades.

E quando eu NÃO devo adubar o meu bonsai?

A – No período que compreende os mês de maio à 15 de julho. Neste caso o período de descanso das plantas está sendo respeitado.
B – Pouco antes e depois da floração. Se incrementar o crescimento vegetativo a partir de adubações, a planta perderá os botões florais. Uma vez que se tenha aparecido os frutos, pode começar de novo com o processo de adubação
C – Logo após transplantar e cortar raízes, é necessário que o sistema radicular se regenere. Espere para adubar após 4 semanas.

Nunca adube uma planta recentemente transplantada! Quando realizar o transplante, faça aplicação apenas de um hormônio enraizador (ou vitamina B1), a planta precisa se adaptar ao seu novo local antes de começar a receber adubo.

Nunca adube uma planta doente. Adubo é alimento, não é remédio. Para “curar” sua planta, você primeiro precisa identificar o problema, saber se é excesso ou falta de água, de sol etc. Só volte a adubar quando ela já estiver estabilizada. Como você vai saber se ela está estabilizada? Simples, quando ela estiver brotando bastante.

Bom, acho que consegui explicar um pouco mais sobre esse tema que é muito discutido nos fóruns entre bonsaístas experientes. Espero que tenha conseguido esclarecer algumas dúvidas, caso tenham alguma pergunta, a caixa de comentários está sempre aberta.


Lago de Carpas - Ambientalização da cultura ocidental


Caros amigos e curiosos,

Nestas minhas pesquisas sem fim sobre o Mundo Bonsai, venho descobrindo muito mais do que dicas para cultivo, solo, tipos de arames, adubos e espécies para desenvolvimento dos projetos e exemplares. Venho aos poucos tendo contato com a cultura oriental que permeia essa nobre arte.



Uma das coisas mais legais que encontrei é como alguns dedicados mestres e praticantes tentam complementar a atmosfera oriental em seus ambientes pessoais ou profissionais. Mas esse é um tema para uma postagem específica que estou preparando.
Por ora, trago algumas informações sobre uma forma de ambientalização e que, além de muita naturalidade e beleza em sua composição, apresenta muita paz em sua admiração e manutenção, uma vez trazendo cuidados para mais uma forma de vida no ambiente Bonsai: O Lago de Carpas.

Um lago num jardim é sempre uma mais-valia, mas um lago com peixes torna-se ainda mais especial. Para além de ser visualmente agradável e proporcionar a observação da natureza, um lago com peixes oferece ainda a sensação de tranqüilidade e um ambiente zen a qualquer jardim.

Abaixo reuni algumas informações do que se precisa saber para criar o seu próprio lago com peixes.

A fundação: o lago
A base de um lago com peixes no jardim é o lago em si: este pode ser construído por profissionais, tal e qual uma piscina tradicional, mas também pode ser um projeto facilmente realizado por qualquer pessoa. Mais ao final, estarei apresentando uma receita com passo a passo muito bacana.

Aprenda os princípios básicos para a criação de um lago no jardim : só assim estarão criadas as condições para adicionar os peixes que desejar. Um lago com peixes tem de ser obrigatoriamente maior do que um lago simplesmente decorativo, ou seja, deve ter, no mínimo, uma profundidade de 60cm e uma profundidade máxima de 1m20cm.

Tipo e quantidade de peixes
Antes de adquirir os peixes para o lago do jardim, é importante determinar qual a quantidade de peixes adequada para o tamanho do lago, isto porque peixes em excesso podem sugar todo o oxigênio disponibilizado pelas plantas aquáticas, alterando o nível pH da própria água o que pode, consequentemente, comprometer todo o equilíbrio do ecossistema do próprio lago.

Além disso, o filtro do lago pode não ser o suficiente para manter a água limpa se existirem demasiados peixes. Regra geral, cada peixe com um tamanho de 2.5 cm necessita de aproximadamente 38 litros de água. Quando em dúvida, opte sempre por menos – pode sempre acrescentar mais peixes ao lago mais tarde. Alguns dos tipos de peixe mais recomendados para um lago de jardim incluem: peixes-dourados de praticamente todas as espécies, peixe-cometa, carpa japonesa, bagre albino, albacora, escalo ou escalo-prateado, tenca e rutilo. As rãs e os girinos são outras espécies que se dão bem em lagos de jardim com peixes.

Como introduzir um peixe num lago de jardim
Uma vez instalado o lago no jardim e depois do mesmo ser cheio com água, deve aguardar-se pelo menos 24 horas antes de introduzir peixes ou até plantas aquáticas. Faça questão de adquirir os peixes numa loja especializada, verificando que nenhum desses peixes exiba feridas, tenha barbatanas em falta ou apresente um aspeto apático. Os peixes devem ser introduzidos no lago lentamente, ou seja, ao longo de vários dias e seguindo estes 3 passos:

1 - Coloque o saco em que o peixe foi transportado a flutuar no lago do jardim durante cerca de 15 minutos, para permitir que a temperatura da água do saco se assemelhe gradualmente à temperatura da água do lago.

2 - Abra o saco e mantenha-o a flutuar sobre o lago durante 15 minutos, permitindo que a água do lago se misture com a água do saco.

3 - Submersa cuidadosamente o saco e solte o peixe no lago.

Alimentar os peixes de um lago de jardim
A quantidade e periodicidade podem variar conforme a época do ano e o desenvolvimento dos peixes. No inverno, basta alimentar os peixes uma vez por dia, já que nesta época do ano estão pouco ativos; ao contrário do Verão, quando devem ser alimentados duas vezes por dia, de manhã e no final do dia. Um bom truque para controlar a comida dada aos peixes é a sua observação: se a comida não for consumida entre 5 a 10 minutos, poderá estar servindo comida em excesso, e deve ser evitado porque peixes que comem em excesso, vão poluir mais, o que pode comprometer o equilíbrio do ecossistema do lago.

Plantas aquáticas
Outro elemento imprescindível para um lago com peixes são as plantas aquáticas: para além de embelezar o próprio lago, conferindo-lhe um visual muito natural, as plantas aquáticas são fundamentais para a sobrevivência dos peixes, oferecendo-lhes sombra e oxigênio, bem como para a absorção de nutrientes que se espalham na água, evitando assim a formação de algas no lago. As plantas devem ser introduzidas no lago em vasos apropriados para o efeito e sempre com recurso a solo com um pH equilibrado.

Algumas das plantas aquáticas mais apropriadas para um lago no jardim incluem: lírio ou nenúfar de água, aguapé, alfaces-do-mar, lótus de água, hosta, eremuros e impatiens. Uma vez no lago, as plantas aquáticas multiplicam-se rapidamente, pelo que é aconselhável comprar em pouca quantidade numa fase inicial e aguardar pelo seu desenvolvimento antes de adicionar mais espécies. Plantas em excesso também podem ser prejudiciais para o equilíbrio do lago, principalmente a sobrevivência dos peixes.

Cuidados a ter com um lago de peixes
Tal como os cuidados a ter para assegurar um jardim bonito, saudável e florido, também um lago de peixes requer alguns cuidados importantes, nomeadamente:

Utilize água livre de químicos e cloros para encher o lago do jardim. Além disso, deve evitar a utilização de qualquer tipo de produto ou fertilizante químico na zona envolvente ao lago.

Limpe o filtro do lago pelo menos uma vez por semana, de forma a retirar os resíduos acumulados e assim assegurar uma água sempre limpa e oxigenada. 

Mantenha a água em circulação, não só para assegurar a saúde e longevidade das plantas e peixes, mas para manter mosquitos e outros insetos afastados do lago.

Verifique o nível pH da água regularmente, assegurando que este se mantém entre 7.0 e 8.5, o mais adequado para um lago com peixes.

Limpe a superfície do lago sempre que verificar a existência de folhas ou outro tipo de resíduos ou lixo a flutuar na mesma. Verifique periodicamente as plantas aquáticas, removendo aquelas que possam ter morrido.

A seguir uma matéria copiada  do site do Aido Bonsai. Vale a pena conferir !!

CONSTRUINDO UM LAGO DE CARPAS



Este mês construí um pequeno lago para carpas e  kinguios para utilizar um espaço livre, perto da entrada do meu ateliê de bonsais. Quero, no ano que vem, construir um lago grande com 30.000 litros na frente de casa, mas precisava realocar duas carpas e 10 kinguios que estavam em uma pequena fonte com 180 litros. Aproveitei este espaço que não estava sendo utilizado e criei uma paisagem aconchegante que pode ser construída em uma área de 6 metros de comprimento por 4 metros de largura.

Vou colocar aqui as fotografias das etapas de construção deste pequeno lago que ficou com aproximadamente  4.300 litros.

Muitas pessoas constroem seus lagos usando manta plástica negra de alta resistência; eu optei por fazer a estrutura toda de concreto. Tenho árvores de grande porte no meu terreno e suas raízes procuram água, chegando a quebrar as cisternas feitas com tijolos com suas raízes. A estrutura de concreto, embora mais cara, é mais segura.

1- Estrutura construída com blocos de concreto. No fundo foi usado vergalhões e tela de metal para cintar e não permitir rachaduras no fundo do lago.


2-  O fundo da fonte tem um ângulo em declive, que vai em direção a um sumidouro. Esta saída vai permitir a retirada e troca de água da fonte com facilidade. Todo concreto foi impermeabilizado com uma liga de cimento e sílica gel.


3- Uma bomba Orca com vasão de 4.000 litros hora foi usada para circular a água do lago. Uma mangueira vai levar a água até um filtro Atman que está enterrado paralelo ao lago, ao lado da cascata que vai oxigenar o lago.


4- Filtro para lago presurizado Altman EF 3000 com lâmpadaUV. Vazão de 5.000 litros por hora.


5- A mangueira vai correr paralela à parede frontal. Eu passei fita isolante 3M em toda extensão da mangueira para que ela não apareça no fundo negro do lago.


6- Para as bordas do lago eu escolhi pedras com no máximo 7cm de espessura. Essas lages vão entrar apoiadas e sumir completamente com a borda de concreto. 


7- A última etapa antes de colocar as pedras foi impermeabilizar com Neosin. Este produto foi testado por mim em outra fonte e em 2 anos nunca descascou, soltou placas ou alterou o ph da água.


8- A cascata foi modelada em resina e concreto. As pedras do interior da fonte são naturais e seguem o mesmo desenho, forma e texturas da pedra que terá a queda de água.


9- Para carpas e kinguios é fundamental que a água do lago seja bem alcalina. Embora as pedras diminuam a quantidade de água em 500 litros, elas formam caminhos, cavernas, que são primordiais para o conforto dos peixes.


10- Carpas e kinguios gostam de temperaturas frias. É importante criar situações de sombra, para que os peixes possam se esconder do sol e de possíveis predadores, como morcegos e aves de rapina.


11- As pedras não estão coladas, estão presas apenas por seu peso e por outras pedras colocadas em camadas sobrepostas.


12- O lago, já com as pedras grandes posicionadas.


13- A fonte tem um registro em sua borda que permite que eu reponha a água evaporada ou troque um volume muito grande em minutos, com muita facilidade.


13B- Entrada de água acionada pelo registro.


14- Para o canto da fonte eu modelei uma cheflera. Ela está apoiada em uma pedra grande com declive negativo, assim não joga terra na fonte. Suas raízes estão plantadas do lado de fora, no canto da parede.


15- Aqui a cascata com duas quedas já funcionando. Na base já estão colocadas as pedras medias e de pequeno porte. Essas pedras são importantes para dar naturalidade à margem do lago.


16- No lago foram adicionados seixos de médio e pequeno porte , além de alfaces flutuantes.



17- Aqui foto tirada no dia seguinte à montagem. A água já está com ph em 7.5 e com a taxa de amônia tóxica em zero.  Coloquei uma lanterna “Ishidoro”, para dar uma luz suave à noite.


18- Minhas duas carpas, como se diz, como pintos no lixo! Agora vou comprar 5 Carpas Nishikigoi para fazer companhia a elas.


19- Meu construtor, engenheiro, jardineiro e braço direito Carlos Alberto. Ao seu lado, o poderoso e fiel  Teo.


20- Estarei sempre adicionando fotografias complementares do lago, e falando da resposta de ph, amônia, nitrito e comportamento dos peixes.





Muito legal todo o passo a passo para a construção do lago e por isso, também quis deixa-lo registrado no meu blog para futuras consultas. A seguir algumas fotos de outros magníficos trabalhos para inspiração e admiração:












sábado, 28 de abril de 2012

Substratos para Bonsai II

Boa tarde aos amigos e curiosos,


Há muito não apareço por aqui para novas postagens, mas os tempos andam muito corridos corroborando com a época de hibernação das plantas que vai do outono ao final do inverno. Mas estou preparando algumas postagens para trazer neste meio tempo até que tenha mais novidades sobre meus projetos.


Por ora, trago um excelente post do amigo Douglas Leite sobre substrato. Não deixem de ler tudo e para os iniciantes, é melhor ainda.


Confiram: http://teyangbonsai.blogspot.com.br/2012/04/o-substrato.html


Abs e até a próxima !

domingo, 15 de abril de 2012